No Dia Nacional dos Castelos, que se comemora hoje, 7 de outubro, conheça um pouco da história das fortalezas que constituem uma referência arquitectónica, histórica, cultural e simbólica da cidade de Viana do Castelo.
No sentido de vigiar e defender, na altura, as populações de possíveis ataques vindos por mar, foram construídas ao longo da costa de Viana do Castelo diversas fortificações. Faziam parte desse conjunto defensivo, o Castelo de Santiago da Barra, Forte da Vinha também conhecido popularmente por Castelo Velho (Areosa) e Forte de Paçô (Carreço). Lamenta-se que estes dois últimos estejam há já longos anos votados ao abandono e ruína.
Castelo de Santiago da Barra
Forte militar de planta poligonal com muralhas de perfil trapezoidal, reforçadas por baluartes triangulares, guaritas de planta circular e fosso, foi mandado construir por D. Filipe I para ampliar o papel da Torre da Roqueta.
Fortaleza abaluartada segundo projeto de Tiburcio Spanochi, foi ampliada com dois revelins em 1700. Ostenta as armas de três governadores: D. Diogo de Lima, D. Pedro Bermudez de Santisso e as dos Sousas de Prado. Auto-suficiente, possuía nascente interna (de chafurdo) e capela própria, quando afectou ao serviço da tropa e dedicou a S. Tiago uma antiga capela de devoção dos marítimos a Santa Catarina. Protagonizou todos os acontecimentos militares locais, nomeadamente a Restauração e as lutas da Patuleia. Foi quartel da arma de Artilharia e hoje sede do Porto e Norte de Portugal.
Castelo de Santiago da Barra, Viana do Castelo
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Forte da Vinha ou Castelo Velho (Séc. XVII/XVIII)
Este exemplar da arquitectura militar seiscentista, foi construído para suster possíveis ataques espanhóis durante as guerras da Restauração (1640-1668). Fazia parte de uma linha defensiva estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da Costa Atlântica, conseguida através da remodelação de antigas fortificações, casos dos Castelos de Valença, Vila Nova de Cerveira e Santiago da Barra (Viana do Castelo), ou da edificação de novos fortes, como os de Lobelhe (V. N. Cerveira), Ínsua (Caminha) e Paço (Carreço), entre outros.
Algumas destas fortalezas tiveram um papel importante, não só na guerra da Restauração, como também durante as invasões napoleónicas, tendo sido por vezes reactivada a sua função militar estratégica nas lutas liberais do século XIX.
Forte da Vinha ou Castelo Velho (Areosa), Viana do Castelo
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Forte de Paçô (Séc. XVII)
Exemplar da arquitectura militar seiscentista, localiza-se na freguesia de Carrêço (Viana do Castelo), foi construído para suster possíveis ataques espanhóis durante as guerras da Restauração(1640-1668).
Implantado em plena praia, a poucos metros do mar, que no Inverno chega a tocar nas suas muralhas, esta fortaleza de Paçô, em conjugação de esforços com os vizinhos fortes do Cão (Âncora) e Vinha (Areosa) evitaria o desembarque de tropas inimigas numa zona onde a costa se apresenta bastante permeável.
Desde 24 de Janeiro de 1967, que este forte se encontra classificado como Imóvel de Interesse Público.
Forte de Paçô (Carreço), Viana do Castelo
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