Um projeto privado para reparação, transformação e construção de iates, deverá avançar dentro de dias, com a concessão à empresa promotora de uma doca da cidade desativada há cerca de 20 anos.
A Metalorep, que em 2013 construiu dois barcos rabelos em aço para a Douro Azul, aguarda apenas a formalização do contrato com o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) para poder tomar posse do futuro espaço onde irá desenvolver a sua nova atividade. Trata-se de um investimento de perto de três milhões de euros, que deverá arrancar no final de 2017, após a reconversão da doca, localizada junto ao navio Gil Eannes, com um número inicial de duas dezenas de trabalhadores e capacidade para trabalhar com embarcações até 12 metros de largura e 107 de comprimento.
“Este projeto surgiu em finais de 2012, quando tivemos uma consulta para transformação e ampliação para 72 metros de um iate com 66 metros. Colocou-se o problema do local onde poderíamos fazer isso e tive de recusar, porque não tinha condições”, contou o proprietário da Metalorep, Domingos Moreira, referindo que, a partir dessa altura, começou “a pensar seriamente” em investir nesse nicho de mercado. “Neste momento, em Portugal, não temos nenhum estaleiro a fazer este tipo de trabalho. É claro que, por agora, não temos nada em carteira, mas estamos esperançados que vamos conquistar mercado, principalmente na área da transformação de iates”, declarou o empresário, afirmando que, se iniciar a obra de reconversão da doca em junho, conforme prevê, “terá condições para começar a trabalhar no final de 2017”. Além daquele novo projeto, planeia ainda “agarrar outros mercados”, um deles, o da construção de embarcações de serviço para plataformas petrolíferas. “Angola, por exemplo, comprou agora três em França. São embarcações para transporte de trabalhadores para as plataformas. Não há ninguém que faça isso cá.
Principalmente o mercado africano, estou convencido que dará trabalho”, disse Domingos Moreira.
A Metalorep está sediada no Parque Empresarial de Viana do Castelo, na Praia Norte, e desenvolve a sua atividade desde 1995, na área da metalomecânica e na construção, reparação e transformação naval, em aço e alumínio.
Jornal de Notícias 24/5/2016