VianaPolis mantém-se activa para terminar todas as actividades previstas. Uma delas é a demolição do prédio Coutinho.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, anunciou nesta segunda-feira que a actividade da sociedade VianaPolis, que gere o programa Polis nesta cidade, foi novamente prolongada por mais um ano, até 31 de Dezembro de 2015.
Segundo o autarca socialista, o "Estado e o município, como accionistas respectivamente em 60% e 40% do capital social da sociedade decidiram, através de uma deliberação social unânime, proceder à prorrogação da mesma até 31 de Dezembro de 2015, ficando a sua duração condicionada à realização completa do seu objecto contratual". De acordo com o autarca, esta prorrogação visa "promover a venda dos seus activos ainda existentes, bem como dar cumprimento ao processo de demolição do edifício Jardim".
A VianaPolis mantém-se activa com o propósito, ainda, de demolir o também conhecido por "prédio Coutinho", que já chegou a ser habitado por 300 pessoas, restando hoje menos de 40. A actividade desta sociedade lançada em 2000 tem sido consecutivamente prolongada devido à suspensão, pelos tribunais, do processo de expropriação daquele edifício de 13 andares.
Essa decisão resulta dos processos movidos pelos moradores, que contestam a demolição. No entanto, segundo os últimos números oficiais da VianaPolis, das 105 frações que constituem aquele prédio, 47 foram já adquiridas por acordo, 16 pela via litigiosa, enquanto em 42 - abrangidas pelos processos movidos pelos moradores - a expropriação ficou suspensa.
O processo judicial aguarda uma decisão do Tribunal Constitucional (TC) para onde recorreram em Janeiro passado os moradores no edifício, após decisão desfavorável do Supremo Tribunal Administrativo (STA). Para o local onde está instalado o prédio Coutinho está prevista a construção do novo mercado da cidade, que na sua versão inicial previa um investimento de seis milhões de euros.
Em Outubro passado, o vereador do Urbanismo, Luís Nobre disse à Lusa que o projecto vai ser "reajustado à realidade actual", depois de ultrapassados os processos legais que têm travado a demolição do edifício, situado em pleno centro histórico da cidade. "Pode não ser um mercado de seis milhões, mas de três milhões", afirmou, na ocasião, Luís Nobre.
O vereador assegurou que a "função principal" do projecto mantém-se inalterada por considerar que "continua a fazer sentido" a criação de um novo mercado naquela zona da cidade.
A VianaPolis tem ainda de gerir uma carteira de activos que ultrapassa os 12 milhões de euros, nomeadamente cinco milhões de euros em apartamentos e garagens construídos na cidade nos últimos anos e que ainda estão por vender. O maior activo da sociedade são os terrenos do Parque da Cidade, infra-estruturados pelo Polis e que se encontram por vender desde 2006, após quatro hastas públicas falhadas. A última, que tinha como preço base 7,5 milhões de euros, realizada em Dezembro de 2013, novamente sem propostas, mantém-se em aberto aguardando por investidores interessados. Além de habitação, estes terrenos junto ao rio Lima prevêem a instalação de um hotel e de um equipamento social.
Notícia da Agência LUSA de 01.12.2014