Câmara de Viana do Castelo apoia a reconversão da antiga unidade industrial, que vai custar cerca de um milhão de euros.
As obras de recuperação e reconversão da antiga fábrica de chocolates Avianense num hotel temático, com centro interpretativo dedicado ao chocolate, devem arrancar no início do próximo ano em Viana do Castelo. O investimento ronda o milhão de euros.
O projeto tem um prazo de execução de cerca de dois anos e inclui a criação de um restaurante, com capacidade para acolher 50 pessoas, bem como a construção de dois novos arruamentos na cidade. O processo de licenciamento já recebeu "luz verde" da câmara municipal e o projeto acaba de ver aprovada a sua candidatura ao sistema de incentivos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Além dos fundos comunitários, o projeto beneficiará ainda da isenção de taxas com que o município contempla a instalação de novos empreendimentos turísticos no concelho, medida incluída num pacote de incentivo ao investimento e criação de emprego lançado no ano passado que se prolongará por 2013.
Para a Câmara de Viana do Castelo, o "hotel do chocolate" culmina a vontade do executivo de promover a "refuncionalização” da antiga fábrica, além de servir o propósito de revitalização do centro histórico e de “contribuir para a preservação da memória histórica, comercial e industrial da cidade”.
A recuperação da antiga fábrica de chocolates da cidade - fundada há quase um século, mas abandonada desde 2004, quando foi declarada falida pelo Tribunal de Viana - vem ao encontro da política de regeneração urbana do município. O empreendimento integra o projeto-piloto Fazer Acontecer a Regeneração Urbana, desenvolvido pelo município em parceria com a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) e a Associação Empresarial de Viana do Castelo.
Numa primeira fase, este projeto-piloto desafiou 30 alunos da Escola Superior Gallécia, instalada em Vila Nova de Cerveira, a apresentarem propostas de regeneração de três de zonas urbanas de Viana, entre elas a da envolvente da antiga fábrica de chocolate. O projeto Doce Viana, centrado na antiga Avianense, foi um dos premiados. Agora segue-se o concurso público internacional, já aprovado pela autarquia, que vai selecionar ideias inovadoras para a regeneração do centro histórico.
O conceito desenvolvido pelo grupo promotor, cujo capital é detido maioritariamente por agentes locais, é, segundo o presidente da câmara, "muito importante". O autarca socialista José Maria Costa acredita que ele será "gerador de novas atividades culturais e de outro tipo de dinamismo no centro histórico, que pode vir a induzir novos investimentos”.
Fundada em 1914, a fábrica de chocolates Avianense fechou em 2004, lançando para o desemprego 48 trabalhadores. Em causa estavam dívidas de 2,155 milhões de euros. O Estado era o maior credor da fábrica, reclamando uma dívida de 1,142 milhões de euros respeitantes a IRS, IVA e contribuições para Segurança Social. A marca Avianense, os equipamentos e a frota da empresa foram arrematados por cerca de 150 mil euros por um empresário que, em Agosto de 2005, retomou o fabrico dos chocolates em Durrães, Barcelos, aproveitando as instalações de uma fábrica de confecções, da qual também era proprietário.
O Imperador, um bombom feito com uma amêndoa torrada nacional e chocolate de leite, é o ex-líbris da marca e o produto mais vendido.
Fonte: Jornal Público