Sempre que visito Lisboa nesta época do ano, fico maravilhado com os inúmeros artistas de rua que se apresentam principalmente na Rua Augusta, Baixa-Chiado ou Bairro Alto, dando um colorido muito especial à cidade.
É nestes locais que a maioria deles se concentra, pois são lugares onde circulam muitos dos turistas que visitam Lisboa.
São sobretudo músicos e estátuas vivas aqueles que fazem da rua o seu palco e arrancam um pouco da atenção aos turistas e lisboetas mais apressados.
A vida destes artistas de rua não é fácil, muitas vezes debaixo de um sol tremendo, mostram muito talento e criatividade transformando a cidade num enorme e variado celeiro cultural.
Um realce especial para o duo “Tribal Baroque”, que os vi atuar no Chiado, simplesmente genial.
Transcrevo em baixo um extrato de um recorte de jornal que os “Tribal Baroque” exibiam aquando das suas apresentações.
"A mistura do lado negro da voz grave de Thoth com a voz angelical de Lila’Angelique faz muitos transeuntes atrasarem o seu regresso a casa para assistir às performances dos Tribal Baroque. Este contraste entre os artistas é a sua imagem de marca: ele é um contratenor e tem uma postura agressiva, ela é um soprano de ar angelical. Ambos cantam e tocam violino, cada um do seu lado do átrio de entrada no parque de estacionamento do Largo do Carmo, onde todos os dias instalam o seu ‘palco’, ao final da tarde. Atraídas pelos sons, as pessoas bloqueiam a passagem e ficam hipnotizadas com a performance, que também envolve dança e precursão com os pés.
... A história dos Tribal Baroque começou no Central Park, em Nova Iorque, há cinco anos, quando a jovem LiLa se cruzou com o experiente músico itinerante. «Fiquei muito impressionada com ele, com o seu jeito e com a sua música», revela a cantora. Lila estudava então ópera e teatro, mas abdicou dos estudos para se tornar aprendiz de Thoth. Antes de a jovem artista aparecer na sua vida, Thoth já tinha percorrido um longo percurso – o CD feito com Lila é o 11.º da sua conta pessoal. O seu mérito é há muito reconhecido: em 2002, o documentário curta-metragem Thoth, sobre a sua vida, valeu um Óscar a Sarah Kernochan e Lynn Appeller."