A Citânia de Santa Luzia é um notável exemplar dos povoados fortificados existentes no Noroeste Peninsular, tanto pela sua dimensão, como pelo planeamento urbanístico, tipologia construtiva e carácter defensivo. Situado na coroa do Monte de Santa Luzia, num local geograficamente estratégico, de onde se domina toda a área envolvente, desde o estuário e foz do Rio Lima até à zona costeira atlântica, este povoado castrejo de tipo proto-urbano evidencia uma ocupação contínua entre os períodos da Idade do Ferro e Romanização.
De igual modo conhecidas pela designação geral de "Cidade Velha de Santa Luzia", o registo da existência destas ruínas reporta-se, pelo menos, ao século XVII.
Quanto à caracterização do povoado, deverá ser realçado o facto de as suas estruturas habitacionais encontrarem-se predominantemente organizadas em quarteirões separados por muros e áreas de circulação bastante demarcados, alguns dos quais lajeados. Regra geral, as habitações apresentam planta circular, elíptica ou, embora menos frequente, rectangular, com ou sem vestíbulo. As entradas destas casas encontram-se maioritariamente orientadas no sentido Sudoeste-Sudeste, coincidindo com a pendente geral do terreno onde se encontra implantado o povoado, por forma a abrigar as habitações das águas pluviais e dos ventos de nortada. No que se refere ao aspecto interior das casas, e para além da incontornável lareira, constata-se que o piso é, normalmente, constituído pelo próprio solo natural, aproveitando-se, por vezes, as rochas existentes na cumeeira. Menos frequente, será a construção de um piso interior composto de terra argilosa batida ou saibro.
Texto retirado do site: IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico)
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